As principais instalações do programa nuclear iraniano
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Siga noAntes dos ataques israelenses desta sexta-feira (13) às instalações nucleares iranianas, Washington e Teerã realizaram várias rodadas de negociações sobre o programa nuclear iraniano.
O Irã intensificou sua produção de urânio nos últimos anos em resposta à saída dos Estados Unidos, em 2018, do acordo que deveria estabelecer um marco para suas atividades atômicas em troca da suspensão das sanções internacionais que prejudicam sua economia.
Em meados de maio, Teerã tinha reservas totais de urânio enriquecido de 9.247,6 kg, 45 vezes mais do que o limite autorizado pelo acordo nuclear (JOA), segundo o relatório mais recente da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Do total, seu estoque de 60% de urânio enriquecido — os quase 90% necessários para desenvolver uma arma atômica — somava 408,6 kg, o suficiente para fabricar quase nove bombas, segundo a definição da agência da ONU com sede em Viena.
O Irã nega que busca desenvolver armas nucleares e afirma estar desenvolvendo um programa nuclear civil.
Estas são as principais instalações conhecidas no Irã que são regularmente inspecionadas pela AIEA.
- Instalações de enriquecimento de urânio -
NATANZ: A instalação de Natanz (centro), cuja existência foi revelada em 2002, é a mais conhecida das instalações nucleares do Irã.
A AIEA confirmou que foi atingida pelos bombardeios israelenses nesta sexta-feira.
Consiste em dois prédios, um deles subterrâneo, com um total de quase 70 cascatas de centrífugas, usadas para enriquecer urânio.
A instalação foi alvo de uma sabotagem em abril de 2021, que o Irã atribuiu aos serviços secretos israelenses.
FORDO: A construção da usina subterrânea de Fordo, localizada entre Teerã e Qom (centro do Irã), em violação às resoluções da ONU, foi revelada pelo Irã à AIEA em setembro de 2009, o que gerou uma crise com as principais potências do Conselho de Segurança da ONU.
Teerã inicialmente a apresentou como um "local de emergência" em uma área montanhosa perto de uma base militar para se proteger de ataques aéreos, mas depois indicou que era uma usina de enriquecimento de urânio capaz de abrigar cerca de 3.000 centrífugas.
Foi lá que partículas de urânio enriquecido a 83,7% foram detectadas no início de 2023. O Irã alegou que o nível elevado foi provocado por "flutuações involuntárias" no processo de enriquecimento.
- Instalações de conversão de urânio e de pesquisa -
ISFAHAN: Na usina de conversão de Isfahan (centro), o "yellow cake" ou pasta amarela (pó concentrado de minério de urânio extraído do deserto iraniano) é convertido em tetrafluoreto e, em seguida, em hexafluoreto de urânio (UF4 e UF6).
Esses gases são então introduzidos em centrífugas para produzir urânio enriquecido.
Também em Isfahan, um laboratório inaugurado em abril de 2009 produz combustível de baixo enriquecimento para futuras usinas elétricas.
No início de 2024, o Irã anunciou o começo da construção de um novo reator de pesquisa neste local.
ARAK: A construção do reator de água pesada de Arak (região central do Iraque), oficialmente destinado à produção de plutônio para pesquisa médica, começou na década de 2000.
O projeto, no entanto, foi congelado pelo Acordo de Viena de 2015. O núcleo do reator foi removido e concreto foi despejado sobre ele.
O local, agora chamado Khondab, está previsto para entrar em operação em 2026, segundo informações fornecidas pelo Irã à AIEA.
O complexo também inclui uma usina de produção de água pesada.
TEERÃ: O centro de pesquisa nuclear de Teerã abriga um reator fornecido pelos americanos em 1967 para a produção de isótopos médicos.
- Usina nuclear -
BUSHEHR: A usina nuclear de Bushehr (sul), construída pela Rússia, começou a operar em setembro de 2011 com baixa potência, antes de ser conectada à rede elétrica no ano seguinte.
Moscou assumiu a construção desta usina de 1.000 megawatts em 1994, iniciada pelos alemães antes da Revolução Islâmica de 1979.
Dois outros reatores estão atualmente em construção com assistência russa:
DARKHOVIN: No final de 2022, o Irã iniciou a construção de uma usina de 300 megawatts no distrito de Darkhovin, no sudoeste do país.
SIRIK: A construção de um novo complexo em Sirik, no Estreito de Ormuz, composto por quatro usinas individuais com capacidade de geração combinada de 5.000 megawatts, começou no início de 2024.
bur-anb/bg/meb/es/aa/fp